- Área: 61 m²
- Ano: 2018
-
Fotografias:Federico Cairoli
-
Fabricantes: Aluar, Gerdau Corsa, Ikea, Isover, Knauf, Masisa
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa da Árvore é um espaço de uso múltiplo localizado em uma área de alto valor ambiental nos arredores da cidade de Santa Fe, no meio da paisagem do rio Paraná.
Possui um espaço interior único e um pequeno sótão de pé-direito duplo. Esses ambientes localizados no piso superior são acessados por uma escada e um terraço semi-transparente de metal implantado, que cria a sensação de caminhar no ar entre o Timbó (árvore típica do litoral do Paraná). O térreo funciona como um espaço ao ar livre em contato com o solo.
Três de suas fachadas são abertas para maximizar as vistas das copas das árvores. As janelas enquadram uma natureza mutável que, como grandes telas, se torna a própria essência do espaço construído.
A concepção espacial e material tem duas referências muito fortes, por um lado, as Case Study Houses, como um exemplo de trabalho combinado entre indústria e design; e, por outro, o reelaboração da cultura construtiva dos pampas argentinos com seus galpões, oficinas, moinhos e fábricas. Estruturas metálicas simples com telhados de duas águas que combinam soluções econômicas, baixa manutenção e produção local, povoando áreas suburbanas, cuja beleza, riqueza espacial e peculiaridade tecnológica foram ignoradas pela cultura arquitetônica acadêmica.
As fachadas são "estriadas", não apenas pelo uso de chapas, mas porque adquirem espessura e contêm vida. O estriado como o oposto da estética do liso, das telas. A tecnologia é expressa e a vida está presente.
A cor preta, por ser uma área suburbana, permite que a construção não seja visível à noite e desapareça entre as copas das árvores. Durante o dia, destacam-se trepadeiras com flores e orquídeas nativas, penduradas “suspensas no ar” com tensionadores, em frente às janelas de vidro.
A planta tem 6 x 6 metros e é determinada pelas dimensões dos perfis W utilizados na estrutura principal.
A estrutura portante tem um caráter duplo, por um lado, a máxima eficiência estrutural como um dispositivo de reforço muito eficaz que evita tensores e contribuições dispendiosas. E no sentido paisagístico, os pilares em V reinterpretam os troncos esculturais do Timbó; enquanto os trilhos e as escadas falam da fragilidade diante da imensidão da natureza da Pampa e do rio.